terça-feira, 30 de novembro de 2010

Disse que me disse: Construção de Brasilia

Quem é o arquiteto responsável pelo projeto de Brasília? Várias seriam as pessoas que responderiam Oscar Niemeyer, porém ele não é o único responsável pela projeção de Brasília existe um outro nome envolvido, o do arquiteto Luis Costa, responsável pelo plano piloto.


Influenciado por Le Corbusier e seu projeto Cidade Radiosa, Costa produziu seu primeiro croqui, a cruz, que constituiria o esqueleto do seu plano, assumindo a silhueta de um gigantesco pássaro, algumas partes desse pássaro nunca foram construídas enquanto outras plenamente desenvolvidas.
Inspirado pelo slogan futurístico de Le Corbusier, para quem "uma cidade feita para a velocidade é uma cidade feita para o sucesso", Lucio concebeu superquadras como enclaves verdes alimentados pelo movimento controlado de automóveis.
Mesmo as quadras projetadas por Niemeyer possuem um caráter conceitual muito parecido ao Parque Guinle, projeto de Lucio Costa no Rio de Janeiro, acompanhadas do paisagismo de Burle Marx.
É evidente que sem o plano piloto de Lucio Costa Brasília não seria a mesma, não seria essa cidade modernista, ” não restam dúvidas de que Brasília permanece, até hoje, uma das cidades mais eficientes dentre aquelas pensadas como greenways automotivos construídas por toda parte no mundo”(Kenneth Frampton).
A arquitetura responsável de Lucia costa é ofuscada pela arquitetura mais estética de Niemeyer e acabamos deixando de valorizar a importância do plano piloto na construção de Brasília.


Fonte: Vitruvius

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Resenha - Morte e Vida de Grandes Cidades - Jane Jacobs

Em seu livro Morte e Vida de Grandes Cidades Jane Jacobs discursa sobre a importância da utilização das calçadas a favor da segurança, faz críticas a construção planejada de condomínios que se cercam entre muros em busca de segurança e acabam por isolar o que ela afirma mais trazer proteção: a movimentação de pessoas.
Segundo Jacobs o que torna uma região violenta é a falta de circulação de pessoas, Jane defende que algumas ruas oferecem oportunidade à violência, por exemplo, não tendo suas janelas voltadas para rua ou muros altos, o que impede que a rua tenha “olhos” e seja monitorada por seus moradores.
A autora defende ainda o uso das calçadas para o divertimento das crianças; por serem considerados lugares seguros os playgrounds nem sempre tem a vigilância necessária, o contrário acontece com as calçadas pelo preconceito existente em relação a elas o cuidado é constante.
O comércio também é um fator muito importante no que diz respeito à segurança de uma rua “a presença de pessoas atrai outras pessoas”, entre uma rua movimentada por lojas e uma rua deserta a escolha será sempre pela movimentada que consequentemente é mais segura.
A autora trata de forma bastante objetiva a importância das calçadas e traz informações interessantes de como devem ser as ruas para que haja segurança nas cidades, além de provocar reflexão sobre o nosso comportamento diante desses pontos.




terça-feira, 23 de novembro de 2010

Disse que me disse: Jardim das Esculturas

Crianças, duendes, sereias, animais e outros seres dos contos de fada tudo isso em um jardim, um pedaço de floresta tropical, situado na região urbana de Marysville na Autrália.
Se trata de um jardim com uma enorme quantidade de esculturas que se encontram disseminadas por toda parte.
O autor dessas esculturas e também proprietário do jardim é Bruno Torfs. Hoje o Jardim das Esculturas como ele o chama possui mais de uma centena de esculturas de terracota, e continuamente são acrescentadas novas obras, uma verdadeira galeria de arte no  meio da natureza.









Fonte:http://www.comunidadearquitetura.com.br/artes/o-jardim-da-escultura

Disse que me disse: Vilanova Artigas

"Admiro os poetas. O que eles dizem com duas palavras a gente tem que exprimir com milhares de tijolos."

                                                                        (Vilanova Artigas)

Nascido em 1915 em Curitiba formou-se engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP. Vilanova foi um dos responsáveis pelas primeiras manifestações do modernismo em seu estado, embora tenha atuado principalmente em São Paulo.
Foi influenciado por grandes mestres como Frank Lloyd Wright e Le Corbusier no inicio de sua carreira por volta de 1940, mais tarde em 1952 publica “Caminhos da arquitetura moderna”, em que contesta de forma dura e agressiva aos dois.
Está entre suas obras o Estádio do Morumbi projeto complexo que para sua execução foram necessárias 370 pranchas de papel vegetal, e hoje é um dos únicos estádios do Brasil que possuí um setor exclusivo para deficientes físicos e acompanhantes.

Sua marca registrada foi a utilização do concreto aparente em seus projetos, sendo usado não somente como elementos de função estrutural mas adquirindo valor estético.




Casa João Bettega, hoje Instituto Artigas (1944).



Artigas dedicou parte de sua vida ao magistério, elaborou quase 700 projetos em sua carreira. Faleceu em São Paulo, em 12 de janeiro de 1985.



Fonte:http://www.g-arquitetura.com.br/index.html
http://arquiteturabrasileirav.blogspot.com/2008/11/joo-batista-vilanova-artigas.html

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Disse que me disse: Contra o Aquecimento Global


Várias iniciativas vêm sendo tomadas a fim de diminuir o aquecimento global, a intenção agora é diminuir as ilhas de calor nas grandes cidades, o que acarretaria uma diminuição da temperatura local e logo do consumo de energia.
O projeto conhecido como One Degree Less (Um Grau a Menos) visa diminuir a temperatura nas moradias de forma muito simples. Constatou-se que a maioria dos telhados são escuros e refletem apenas 20% da luz solar, se os telhados forem pintados de branco ou uma cor clara os efeitos da incidência solar diminuirão consideravelmente. Estima-se que para cada 100 m2 de telhado pintado com cores claras são compensadas dez toneladas de emissão de gás carbônico. Uma comparação que pode ser feita é em relação à emissão média de um carro por ano, da ordem de quatro toneladas de CO2. Permanentemente aumentando a reflexão solar de telhados e pavimentos em todos os países, é possível gerar uma compensação equivalente à emissão de CO2 de 11 bilhões de carros por ano. O que equivaleria a tirar das ruas cerca de 600 milhões de carros por 18 anos.

   

Outra proposta interessante é a construção de telhados verdes, jardins nas lajes, ajudam no controle do fluxo de água pluvial e na diminuição de enchentes, redução da reverberação de som, que proporciona maior conforto acústico e gera economia de energia.
São iniciativas fáceis e de baixo custo, aplicando uma tinta branca e refletiva no topo da construção ou fazendo um belo jardim na laje, você ajuda no combate ao aquecimento global além de melhorar a saúde da população melhorando a qualidade do ar.








O projeto vem sendo adotado por várias cidades, o governo de São Paulo, por exemplo, apresentou um projeto de lei para que as pessoas pintem seus telhados de branco.
Conheça mais sobre a campanha no site: http://www.onedereeless.org/pt/index.php?pagina=home-o.




Fonte: http://www.onedereeless.org/pt/index.php?pagina=home-o.

Resenha: BH SOUL- Cultura Black


Mais do que um som o Soul é uma cultura que teve seu auge nos anos 70, é o que  retrata o documentário BHSoul de Tomás Amaral, que mostra a história do soul em Belo Horizonte.
O Soul teve inicio nos EUA nascendo do gospel, era considerado musica de negros, caracterizado pela improvisação e danças inusitadas dos cantores. No Brasil o Soul sofreu  influência do congado, James Brown e Jacksons Five. Os apaixonados pelo Soul se reuniam na região central nos espaços Máscara negra e União Síria, onde eram descriminados pela polícia que fazia frequentemente prisões nesses locais, segundo os freqüentadores, que participam do filme, se houvessem quatro negros com cabelos black power era o suficiente para retaliação.
Com o declínio do movimento nos anos 80 as casas na região central foram fechadas, eles passaram a se reunir em esquinas e praças, foi quando Toninho Black decidiu abrir o que hoje é o Baile da Saudade, em Venda Nova, no inicio chegou a tocar para cinco pessoas atualmente a casa está sempre cheia, as pessoas vão caracterizadas usando ternos e sapatos combinando.
Em 2004 foi criado o quarteirão do Soul por um grupo de freqüentadores do baile da saudade, eles estendem um tapete vermelho, montam uma pick-up e o soul rola todos os sábados a partir das 14h na rua Santa Catarina esquina com  av. Amazonas, próximo ao mercado central, porém o evento não se restringe a este espaço ao sair do palácio das artes, no domingo a tarde onde assisti ao filme, me deparei na praça sete com dançarinos empolgados que embalados pelo soul envolviam os que por ali passavam, foi muito interessante saber um pouco mais sobre essa cultura e logo em seguida encontrá-los.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Exposição Esses Espaços





Como promover mudanças estruturais nas cidades sem prejudicar a natureza? Sem destruir o que já existe?
Estas são indagações que nos vêm ao conferir a exposição Esses Espaços no museu Oi Futuro.
Estive lá e foi o que me veio à mente, demolir uma casa antiga para construir prédios tem sido uma prática freqüente, mas para que? O que faz o prédio ou a casa mais moderna melhor do que aquela que já está ali, que tem toda uma história?



A exposição também mostra o lado de quem constrói sem destruir o que já existe, mostrando a “natureza reconfigurando o urbano”, exposto em uma série de fotos do fotógrafo mineiro Pedro Motta, intitulada Reação Natural, de construções que ao serem projetadas em volta de  árvores tem ela em certos momentos como parte do todo.





 O asfalto está tomando conta das cidades, é o que critica as imagens do arquiteto Roberto Andrés, de como seriam as grandes cidades que têm rios como cartão postal se eles fossem asfaltados, a natureza sendo “engolida” substituída pelo cinza, o que também foi criticado em um vídeo na mesma exposição que mostra intervenções feitas pelo grupo Poro nos centros urbanos a fim de tornar a monotonia do asfalto mais colorida. Eles fazem aplicações de azulejo de papel em muros, substituindo por vezes propagandas que segundo eles são o que existe na linha de nossos olhos, eles fazem também jardins de flores artificiais nos canteiros centrais, cercados por asfalto, buscam trazer à tona aspectos da cidade que se tornam invisíveis.


  












Vale a pena conferir a exposição que fica no museu até 16 de dezembro, o museu fica na Av. Afonso Pena 4001. A Galeria fica aberta de terça a sábado, das 11h às 17h  e domingo, das 11h às 19h, entrada franca.


Pintando com Vinho

Inspirado no poema THE STRONGEST OF THE STRANGE (O mais forte dos estranhos) de Charles Bukowski, o artista brasileiro Marcelo Daldoce criou a coleção In Vino Veritas (No vinho está a verdade), se trata de telas pintadas usando vinho como tinta, o artista misturou vinho a água e obteve um resultado parecido com aquarela. Foram usadas vários tipos de vinhos com tonalidades diferentes,as sombras foram feitas com manchas de uva. Estão entre as obras um epitáfio em homenagem ao poeta Charles Bukowski, mulheres que se banham com a bebida e alguns locais de fabricação dos melhores vinhos do mundo.





http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI147639-16940,00-PINTURA+FEITA+COM+VINHO.html

domingo, 7 de novembro de 2010

Disse que me disse: Em busca de Sustentabilidade



A fim de alcançar a tão sonhada sustentabilidade no âmbito da construção civil o Brasil está buscando adaptar as propostas do Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) - Liderança em Energia e Design Ambiental, para a realidade do país.
O GBC Brasil (Conselho construção Verde) e o USGBC formalizaram no mês de setembro a participação do GBC Brasil no processo de internalização do LEED.
O objetivo do projeto é que as construções se tornem sustentáveis, tenham fontes renováveis de energia, utilizem materiais que não agridam ao meio ambiente, que incorporem tecnologias de eficiência no uso da água, reduzam os resíduos e a contaminação da construção, melhorem a qualidade do ar interno, etc.
Uma obra com selo verde além de trazer grandes benefícios à saúde e ao meio ambiente também traz vantagens financeiras, diminuindo os custos com manutenção, gastos com infra-estrutura, gastos com sistemas mecânicos podem ser diminuídos ou até eliminados com projetos inteligentes de energia, entre outros.
Existem três níveis de avaliação para os prédios que podem obter os selos Platina, Prata e Ouro para isso os pré-requisitos são relacionados a níveis mínimos de eficiência energética, consumo de água, não utilização de CFC nos sistemas de condicionamento de ar e outros.
Também existe um projeto de avaliação para prédios já existentes, a única exigência feita pelo GBC é que o prédio tenha, no mínimo, dois anos de operação, para que possa se caracterizar como um edifício existente.
O projeto vem oferecendo cursos além de uma cartilha de procedimentos para obtenção de uma construção verde, maiores informações no site: http://www.gbcbrasil.org.br/pt/, lá você encontra o histórico do projeto e prédios que já alcançaram o selo, bem como outras campanhas do CGC.




Do Erudito ao Popular

Do erudito ao popular é como chamaram o duo Flauta e Violão que assisti na Quarta cultural.
Um encontro inusitado que teve um resultado surpreendente e encantador, foi uma experiência ótima, o som pôde me trazer sensações diversas e me levar a lugares em pensamento, a apresentação foi tão boa que durante o tempo em que se apresentavam até me esqueci que estava em um espaço aberto na Rua Guajajaras com Afonso Pena, o som das buzinas foram silenciados por algo maior, mais belo. A apresentação contou com um público empolgado, alguns fiéis que estão lá toda semana, outros que passando no horário de almoço param para apreciar.
Quarta Cultural é um projeto da UFMG que busca contribuir para a formação de público nas áreas da música clássica e popular, as apresentações acontecem todas as quartas-feiras, às 12h30min, no Conservatório UFMG, com entrada pela rua Guajajaras, 100. Entrada franca.